Eu sou um idiota

A Trip tem uma reportagem sobre uma mulher que viaja o mundo todo e pra economizar dinheiro, dorme em aeroportos.

Agora, boa mesmo, é a tática dela para não perder o horário dos vôos, quando tá dormindo. Ela gruda no corpo vários post-its dizendo "Me acordem tal horário, senão eu perco o avião". O melhor é que ela falou que nunca deu errado.

Legal.

Marcos Pinto é o meu "chefe" (as aspas são porque alguém tão legal assim nem parece chefe. Aliás, meus três chefes são assim. Chefes com aspas. Como todos os chefes deveriam ser. E não é puxa-saquismo. Porque ninguém sabe que eu tenho esse blog mesmo.)

Bem, o Pinto deve ser o cara mais engraçado que eu já conheci. No mínimo um Top Five ele merece. Ele fica no computador o dia todo, trabalhando. Mal tira os olhos da tela... mas, bobeou, dançou e do nada, o cara manda uma piadinha cretina e desconcertante. Ou uma paródia de música improvisada, bizarra e hilariante.

Ele tem um humor que mescla o melhor das vocalizações e jogos de palavras de Didi Mocó e Tiririca ao timing britânico, mais o raciocínio rápido de Ryan Stiles.
Pra completar, é dono de uma das melhores imitações de viado que eu já vi. Por isso, a graça dele perde muito por escrito. Mas o blog é mais pra eu lembrar que pro pessoal rir mesmo.

Rasgação de seda feita. Vamos lá:

Personagens na cena:
Saulo
Cleiton
Marcos Pinto
Rodrigo (não está na cena).

O tal do Rodrigo tinha passado mais cedo lá pela Mister, pra pegar uns negócios. Saulo queria saber se conhecia ele.

CLEITON: O Rodrigo passou aqui mais cedo pra pegar uns negócios. (redundância rules!)
SAULO: Que Rodrigo? Eu conheço ele?
CLEITON: Não sei...
SAULO: Como ele é?
CLEITON: É um assim... alto... moreno... meio forte...
MARCOS PINTO: (com voz gay) hun... sagitáááário...
TODOS: Risada de Sitcom.
...
É, ou não é um gênio?

Essa veio do biscoito chinês:
"A vida é uma tragédia pra quem sente, uma comédia pra quem pensa."

Taí. Como uma luva. Estudando teoria do humor (sim, isso existe), um cara chamado Henri Bergson (um dos principais teóricos do assunto) à determinada altura diz a mesma coisa.

A comédia, o ato de rir, é estritamente racional. Rir e sentir são coisas opostas.

Por isso, você não ri do que tem pena, por exemplo. Pra fazer piada sobre o assunto, você tem que fazer um afastamento e aí sim mandar brasa. (se alguém discordar, falo mais do assunto)

Por isso (agora é Freud - office boy alemão dos anos 15), o humor é um mecanismo de proteção da mente, pra facilitar a aceitação das coisas que acontecem na vida.

Mudando de assunto (mas permanecendo na mesma), lembra do Cristopher Reeve, (o Super caiu do cavalo e ficou paraplégico ou tetraplégico?). Bem, dizem por aí que uma semana depois do acidente, ele tava no hospital, já consciente, mas totalmente imóvel.

Nisso chega um médico russo, especialista no assunto todo afobado. Sotaque carregado, grunhe daqui, grunhe dali e ninguém entende direito do que ele fala embaixo daquela máscara de cirurgia. Pra completar é desastrado e derruba um monte de coisas, tropeça toda hora etc.

Dá um tempinho, o falso doutor tira a máscara do rosto e... tcham dam! era o Robin Williams!

Reeve disse que foi a primeira vez que ele riu depois do acidente.

...
Outra história dessas de gente que não deixa se abater é daquele ex-piloto italiano de Fórmula 1, o Zanardi. Ele sofreu um acidente horrível e teve que amputar as duas pernas. Os amigos pilotos foram lá no hospital visitar ele. Aquele climão.
Um dos caras diz:
- Poxa, cara se tiver precisando de alguma coisa, é só dizer.
- Faz um favor pra mim?
- Claro.
- Eu tô com uma coceirinha no meu pé direito. Coça lá pra mim?
...
Resolvi pesquisar sobre o Zanardi aí, pra ver como tá. O cara tá ótimo. Botou umas próteses. Parece que tá correndo de kart. E planejando esquiar. Maluquice, hein?
...
É, meu camarada. O humor é a melhor defesa. E o melhor ataque também. Aprendamos, aprendamos.